O diplomata ilheense João Lucas Ijino Santana, egresso do curso de Línguas Estrangeiras Aplicadas às Negociações Internacionais (LEA/NI) da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), realizou palestra no Auditório Jorge Amado, no campus Professor Soane Nazaré de Andrade, nesta terça-feira, dia 9 de abril. Na oportunidade, Ijino, que ocupa posto diplomático em Lima, no Peru, abordou o tema “Geopolítica em tempos de crise: A inserção internacional do Brasil em um mundo em transformação”.
O evento foi promovido conjuntamente pelo Colegiado do Curso de LEA/NI, pela Assessoria de Relações Internacionais (Arint) e pelo Centro Acadêmico Barão do Rio Branco, através da iniciativa da professora Claudete Rejane Weiss. Compareceram à palestra, o vice-reitor, professor Maurício de Santana Moureau a reitora da Uesc (2012-2019), professora Adélia Pinheiro, o assessor de Relações Internacionais, professor Samuel Mattos, o coordenador do colegiado do (LEA/NI), professor Jorge Onodera, além de docentes, estudantes e servidores técnicos.
Ao iniciar a palestra, o diplomata disse que a palavra crise descreve o momento atual dfa conjuntura mundial. Ele explicou que existem diferentes tipos de crises atualmente: de segurança, estruturais, climáticas (que podem não parecer, mas elevam a desigualdade em nível global), sanitárias e migratórias. Sendo que esses temas originam-se em três pilares, o político, econômico e comercial.
Ijino Santana fez um relato sobre a história da diplomacia brasileira e destacou a importância da atuação do Brasil no contexto da América Latina e no mundo. Além de descrever a realidade mundial no pós-guerra e no período da guerra fria, ele afirma que houve um ponto de virada do pensamento político mundial a partir do episódio do 11 de setembro de 2001, com o ataque às Torres Gêmeas nos Estados Unidos.
No que se refere ao Brasil, ele destaca a posição neutra do país em conflitos internacionais, o desejo por uma América do Sul cada vez mais integrada e a importância em sediar a cúpula do G20, no Rio de Janeiro, em novembro deste ano, e a COP30, em 2025, em Belém, no Pará. João também compartilhou suas experiências na busca de ingressar Instituo Rio Branco e na forma de atuar no meio diplomático como homem negro.
Com mais de dez anos de carreira, o diplomata ilheense, em sua primeira missão, foi designado para a Embaixada do Brasil no Haiti, onde desempenhou, entre outras funções, a chefia do Setor de Cooperação Técnica e Humanitária da Embaixada. Na Argentina, seu segundo posto, Ijino chefiou o Setor Econômico da Embaixada. Durante a pandemia de covid-19, integrou força tarefa responsável pela repatriação de milhares de brasileiros. Atualmente, chefia o Setor de Promoção Comercial, Atração de Investimentos e Turismo da Embaixada do Brasil no Peru, onde atua para promover as exportações brasileiras, atrair investimentos e promover os destinos turísticos brasileiros.